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Apoiadores de Bolsonaro defendem os mesmos direitos que criticaram

A negativa do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao pedido do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para visitar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na data do aniversário dele gerou repercussão política. Segundo o analista de política Pedro Venceslau, no CNN Arena, os apoiadores do ex-presidente estão adotando uma postura contraditória.

De acordo com Venceslau, "Vão usar da vitimização, mais uma vez, para falar em perseguição política, mas não tem nada no protocolo ou no rito da Polícia Federal, ou no regimento que exija que seja permitido ao ex-presidente receber visitas na data do seu aniversário".

O analista fez uma comparação histórica sobre como situações semelhantes foram tratadas no passado. "Vamos lembrar quando o então ex-presidente Lula estava preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi proibido de ir ao velório do próprio irmão Vavá", destacou. Venceslau também mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve visitas religiosas restringidas e chegou a ter encontros com Fernando Haddad limitados, mesmo este sendo seu advogado.


Condições de reclusão e privilégios


O analista ressaltou que Bolsonaro não pode ter mais privilégios do que outras pessoas que estão na carceragem da Polícia Federal têm. Ao mesmo tempo, reconheceu que o ex-presidente já possui algumas condições diferenciadas: "Está numa cela de Estado Maior, com banheiro privativo, televisão, ar-condicionado, que é o mínimo que se espera de conforto para um ex-presidente da República".

Venceslau apontou a contradição na postura dos apoiadores de Bolsonaro. "O mesmo que os bolsonaristas defendem hoje para Bolsonaro como um direito, por ele ser ex-presidente da República, foi criticado quando Lula fazia o mesmo tipo de demanda", afirmou. Segundo ele, quando Lula estava detido, muitos bolsonaristas defendiam que ele deveria ficar "na carceragem do presídio com os outros presos" e chamavam suas condições especiais de "privilégio e regalia".

O caso ganhou destaque após a visita de Michelle Bolsonaro e da filha do ex-presidente à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, enquanto o pedido de Carlos Bolsonaro para alterar a data de visita foi negado. As regras da PF estabelecem que as visitas podem ocorrer apenas às terças e quintas-feiras, com tempo determinado entre elas.

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