O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, virou o principal alvo de opositores do governo federal na última semana, que encontraram um apelido que caçoa da agenda de aumento de arrecadação da equipe econômica. O sobrenome Haddad foi transformado em "Taxad".
A crítica vem das tentativas do ministro de cumprir a meta fiscal por meio de impostos, em vez de focar na revisão e corte de gastos públicos. (veja os memes no fim da reportagem)
O apelido ganhou força após os desdobramentos na votação da reforma tributária, que pode aumentar a carga tributária de alguns produtos e serviços, e da chamada "taxa das blusinhas", que tributa encomendas de até US$ 50 em sites internacionais.
Nesta quarta-feira (17), o vice-presidente Geraldo Alckmin comentou a sanção da taxa das blusinhas e — indiretamente — defendeu o colega de Esplanada dos Ministérios. "Se pegarmos a carga tributária de 2022 para 2023, ela não aumentou, pode até dar uma conferida, acho até que caiu", disse Alckmin.
"A questão dos US$ 50 é que precisamos preservar o emprego. Quando você soma todos os tributos da indústria, dá quase 80%. Então, o que se está buscando é ter uma lealdade concorrencial."
Segundo números do Tesouro Nacional, a carga tributária somou 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Isso representa uma queda de 0,64 ponto percentual do PIB em relação ao valor registrado em 2022 (de 33,07% do PIB).
Independentemente das defesas, uma enxurrada de memes associados a Haddad tomaram conta das redes sociais.
Aumento de impostos gera críticas ao ministro
As tentativas de aumento da arrecadação federal para tentar zerar o déficit nas contas públicas deste ano têm sido anunciadas pelo ministro da Fazenda desde o ano passado — e gerado críticas nas redes sociais desde então.
Em dezembro, por exemplo, Haddad anunciou a lei que reduz a quantidade de empresas beneficiadas pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), além de ter anunciado a limitação da compensação de créditos tributários — que é quando uma empresa consegue, na justiça, receber de volta os impostos pagos de forma indevida.
O ministro também tentou buscar formas de compensar a lei de desoneração da folha de pagamento de 17 setores, aprovada no fim de 2023 pelo Congresso e com validade até 2027. Com a mudança de cálculos, as empresas passariam a pagar mais impostos.
Além disso, a proposta feita pelo governo incluía aumentar a alíquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas por dois anos, e gerou embates entre Haddad e o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O senador chegou a pedir, nesta semana, uma extensão de prazo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar as medidas de compensação enviadas pelo governo. O ministro Edson Fachin, do STF, prorrogou o prazo até 11 de setembro.
fonte: G1
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