Esta é a mais apertada das eleições americanas, o leitor está ciente disso. E, literalmente, tanto a democrata Kamala Harris quanto o republicano Donald Trump podem tornar-se o 47º presidente dos EUA. Mas, ainda assim, quando os modelos de previsão são rodados, levando em consideração uma enxurrada de pesquisas, parâmetros demográficos, votações anteriores, temas quentes da corrida, partidos que controlam os estados, aprovação dos candidatos e do governo federal etc, sempre sai um "favorito". Aspas intencionais e categóricas. Veja por quê.
Nate Silver é um dos mais renomados estatísticos eleitorais americanos. Construiu carreira e reputação com o blog independente FiveThirtyEight (538 em inglês, o número total de delegados no Colégio Eleitoral), encampado em 2010 pelo New York Times. Em 2013, migrou com seu hub de previsões e estatísticas para a ESPN e depois para a ABC News, de onde saiu em 2023 após vender o produto. Hoje, ele comanda o Nate Silver Bulletin.
Com um modelo sofisticado de agregação de pesquisas, parâmetros quantitativos e qualitativos e probabilidades, Nate Silver é acompanhado com lupa (e não só nas eleições: seu trabalho é um sucesso no mundo das apostas esportivas). O estatístico chegou ao fim do trabalho de probabilidades de vitória na corrida à Casa Branca quando o relógio bateu meia-noite nesta segunda-feira. E então apertou a tecla Enter no computador,
Foram feitas 80 mil simulações de resultados para a eleição que se encerra esta noite. Em 40.012 delas, Kamala Harris aparece como a vencedora, levando a maioria dos votos no Colégio Eleitoral. Donald Trump venceu em 39.718 dos exercícios. Em 270 simulações, houve um empate (269 delegados do Colégio Eleitoral para cada; são necessários 270 para levar a Casa Branca). Como, neste caso, a lei americana estabelece que a Câmara dos Deputados decidirá o presidente, e esta tem hoje maioria republicana, significa que Trump saiu vencedor em 39.988 das simulações.
40.012 versus 39.988.
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